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Por que separar os resíduos em locais sem coleta seletiva?

Novos termos surgiram para explicar estratégias nem sempre confiáveis; entenda e aprenda a reconhecer

Atualmente, de acordo com o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2022, publicado pela Abrelpe, temos pouco mais de 75% dos municípios brasileiros com alguma iniciativa de coleta seletiva. Isso significa que quase 1.400 cidades ainda precisam se desenvolver nesse sentido para garantir a destinação adequada de todos aqueles resíduos que podem ser reciclados, voltando para a cadeia produtiva.

A região com o menor percentual de municípios praticando a coleta seletiva é a centro-oeste. Por lá, pouco mais da metade das cidades têm iniciativas como essa. Enquanto isso, no sul, somente 8,6% dos municípios ainda não investiram na destinação adequada dos recicláveis.

Porém, como a população desses locais que não fazem coleta seletiva deve se comportar? O que acreditamos é que, independentemente do cenário, todo mundo deve promover a separação e o descarte adequados. Primeiramente para que a cultura da separação seja difundida, visto que há um empenho governamental em ampliar a cobertura da coleta seletiva no país e, assim, já vamos criando o hábito da separação e do descarte corretos. Mas também para que, enquanto a coleta seletiva não chega, projetos pontuais que conseguem reaproveitar esses recicláveis de forma positiva sejam auxiliados.

Um projeto realizado em Mossoró, no Rio Grande do Norte, por exemplo, utiliza materiais recicláveis para captação da água de chuva em comunidades rurais a um custo bastante baixo. Desenvolvido pela estudante Vitória Sabrina Leite, a ação – que foi destaque do portal G1 – foi selecionada pela Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace) para estar na International Science and Engineering Fair (ISEF), maior feira de ciências do mundo que foi realizada em maio nos Estados Unidos.

O que Vitória planejou foi cavar buracos de 500 litros de capacidade forrando-os com lâminas de embalagem cartonada (como as caixas de leite e suco) e lonas. Depois, basta acoplar uma antena parabólica (que muitas casas têm, mas já sem uso) também recoberta por lona para que a água seja captada. Testes mostraram que é possível captar, com esse sistema sustentável, cerca de 25 litros de água em uma chuva fraca.

Portanto, podemos perceber que separar e descartar corretamente todos os resíduos gerados é uma cultura importante independentemente da atual estrutura das cidades.