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Por que precisamos acabar com os lixões?

Quatro motivos que ressaltam a importância de fecharmos todos os lixões a céu aberto no Brasil

Em agosto de 2010, a Lei nº 12.305 estipulou que, em um prazo de quatro anos, todos os rejeitos em território nacional deveriam ser destinados adequadamente, ou seja, entregues a aterros sanitários. O objetivo desta ação era desativar os milhares de lixões a céu aberto existentes no país. Infelizmente, quase 13 anos após a decisão legislativa, ainda temos de encarar muitos lixões em uso.

Estimativas da Abrelpe (Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais) sugerem que temos, ainda, cerca de 2.500 lixões no Brasil. Além disso, outro dado assusta: cerca de 40% dos resíduos – ou aproximadamente 30,3 milhões de toneladas – gerados em nossa nação ainda vão para esses locais.

Com a publicação do Planares (Plano Nacional de Resíduos Sólidos), ganhamos um prazo maior (e mais exequível) para acabar com esses locais que causam tanto mal à natureza e à saúde humana. Mas ele já está perto novamente: a meta, agora, é que até 2024 todos os lixões sejam extintos.

Por que esse assunto é tão relevante dentro dos debates acerca da melhor gestão dos resíduos sólidos? Listamos, abaixo, quatro motivos matadores.

1. Proliferação de vetores de doenças
Por não terem nenhum tipo de tratamento (nos lixões, os resíduos são despejados e por lá ficam até a completa decomposição), esses locais promovem a proliferação de macrovetores de doenças como moscas, baratas, ratos e outros animais peçonhentos e, também, de microvetores, como bactérias, vírus e fungos. Um perigo à saúde humana.

2. Poluição visual e do entorno
A instituição de um lixão modifica drasticamente a paisagem do local. Além de desvalorizar a região – tudo o que está no entorno de um lixão perde o interesse populacional e exploratório do turismo, por exemplo – há uma possível poluição decorrente do vento, cujas correntezas levam materiais leves para as áreas vizinhas.

3. Alteração na qualidade do solo, do ar e depreciação de águas subterrâneas
Como não conta com nenhum tipo de tratamento (diferentemente dos aterros sanitários), os lixões poluem o solo pela degradação dos resíduos ali dispostos, que geram chorume. Esse mesmo chorume, líquido, penetra e pode chegar às águas subterrâneas. Além disso, há o mau cheiro e a emissão de gases do efeito estufa que prejudicam o ar e a camada de ozônio, já que são os grandes vilões do aquecimento global.

4. Contaminação dos catadores
Muitos catadores de materiais recicláveis ainda sobrevivem dentro dos lixões sob condições insalubres e indignas. Por lá, esses trabalhadores estão sujeitos a inúmeros riscos que vão desde ferimentos pela disposição inadequada de materiais perfurocortantes como seringas e vidros quebrados até doenças como febre tifóide, cólera e diarreia.

Por fim, acabar com os lixões é uma meta importante do Planares e que depende da responsabilidade compartilhada. Enquanto os cidadãos separam e descartam corretamente seus resíduos, evitando, assim, que recicláveis sejam encaminhados para esses lixões e também para os aterros sanitários, os órgãos públicos fortalecem a coleta seletiva nos estados e municípios, ampliam os incentivos às cooperativas e formalização dos catadores de materiais recicláveis e à indústria recicladora, e a iniciativa privada trabalha para entregar, ao mercado, soluções capazes de otimizar a economia circular.