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Destinação final de resíduos – No Brasil, 40% ainda está inadequada

Esse é um problema sistêmico que faz com que tenhamos mais de 30 milhões de toneladas dispostas em lixões e aterros controlados todos os anos

Quando pensamos no tratamento correto dos resíduos sólidos urbanos, temos, no Brasil, um problema que persiste mesmo com a legislação vigente: 40% de todos os resíduos do país ainda seguem para uma disposição final inadequada. É o que diz a edição 2021 do Panorama Abrelpe, documento que apresenta a realidade da gestão nacional de resíduos.

Esse é um problema sistêmico e significa que a maior parte está sendo disposta em aterros sanitários, porém, lixões a céu aberto e aterros controlados (espaços onde não há impermeabilização do solo nem mesmo um sistema para dispersão dos gases e tratamento do chorume) ainda estão sendo usados em nosso território. Somente em 2020 esses locais receberam aproximadamente 30 milhões de toneladas de resíduos.

Em um país continental como o nosso, as diferenças regionais são gritantes. No caso da disposição adequada, por exemplo, o problema é mais grave na região norte, onde 64,4% dos resíduos seguem para lixões e aterros controlados. Já na região sudeste, a situação está caminhando melhor e apenas 26,6% do montante total de resíduos ainda está sendo disposta incorretamente.

Entre os benefícios da disposição adequada dos resíduos estão a proteção da saúde pública, já que há significativa melhora da qualidade da água, do solo, do ar e consequentemente a redução de vetores e doenças; a preservação do meio ambiente e a contribuição contra a crise climática, pois há redução imediata da emissão de gases de efeito estufa como metano e carbono negro; e o desenvolvimento econômico e social pela promoção de novos mercados, criação de postos de trabalho e redução das desigualdades sociais.

Sabemos que a responsabilidade de todo o processo é compartilhada. Da nossa parte, como cidadãos, devemos continuar separando e descartando corretamente os resíduos. Além disso, podemos cobrar as autoridades e os organismos competentes para que invistam na coleta seletiva, principalmente pois eles – assim como fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes – também assumiram parte dessa responsabilidade. Quando conseguirmos que todos esses atores dessa complexa engrenagem trabalhem em sincronia, teremos sucesso e um mundo muito melhor.