Pra onde vai…
a cartela de remédio (blister)?
Medicamentos vêm envoltos em muitas embalagens: a primária, que fica em contato direto com o remédio (blister, pote de vidro, de plástico e bisnagas) e as secundárias (envelopes e as caixas de papelão). As secundárias, mais a bula, podem ser recicladas, como papel. Já as primárias precisam ser incineradas, pois estiveram em contato com substâncias químicas.
Papelão e bula
Quando descartados separadamente, no lixo de reciclagem comum, a caixa e a bula do remédio podem ser reciclados. O processo é feito no hidropulper, um grande liquidificador que separa o papel dos demais materiais contidos na embalagem (plástico e alumínio). Depois passa por processos de filtragem e desidratação até se obter um novo material, usado para fazer diversos produtos como caixas de papelão, tubos de papel cartão e até telhas.
Blister, potes de vidro, de plástico e bisnagas
Todo material que esteve em contato com o medicamento e também os remédios vencidos devem ser descartados em pontos de coleta específicos (em farmácias), de onde serão encaminhados para a incineração, um processo de tratamento térmico a uma temperatura que varia de 800 a 1200ºC. As cinzas geradas são encaminhadas a aterros especiais. Apenas no Rio Grande do Sul, por uma questão de legislação estadual, esse lixo vai direto para aterros industriais classe 1 (destinado a resíduos perigosos: inflamáveis, corrosivos, reativos, tóxicos e/ou patogênicos).
15 mil toneladas
é a quantidade de medicamentos vencidos ou em desuso descartadas pelos brasileiros nos postos de coleta específicos
Mas não dá mesmo para reciclar o blister?
Às vezes acontece de a indústria farmacêutica não utilizar todos os blisters encomendados para determinado remédio. Como as cartelas já foram marcadas com a data de vencimento, é preciso descartar esse material, ainda que não tenha sido utilizado. Nesses casos, ele pode servir de combustível para fornos de cimenteiras ou ser reciclado através de um processo químico que separa o PVC do alumínio, reaproveitando 100% do material. Blisters de pilhas, alimentos (chicletes) e brinquedos também podem ser encaminhados para a reciclagem.
E eu com isso?
O remédio e sua embalagem constituem um dos itens mais problemáticos no que diz respeito ao descarte. Quando vencidos, se jogados no lixo comum, correm o risco de ir parar nas mãos dos catadores – estima-se que 2% de tudo o que eles coletam é medicamento, sendo que, desse total, 30% eles mesmos consomem, 30% eles tornam a jogar no lixo e 40% são vendidos. Os que não são coletados, vão para aterros comuns, e podem contaminar o solo – o mesmo vale para suas embalagens primárias. Jogar comprimidos ou remédio líquido no vaso sanitário também é uma péssima ideia, pois eles vão parar nas estações de tratamento e o processo de descontaminação da água não consegue eliminar completamente os resíduos químicos.
Fontes: Plastivida; BHS