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“Foi natural, quando vi estávamos separando nossos resíduos”

Nayma Oliveira, paulistana moradora do Butantã, incorporou recentemente o hábito de destinar de forma correta suas embalagens recicláveis

Nayma Oliveira, paulistana moradora do Butantã, incorporou recentemente o hábito de destinar de forma correta suas embalagens recicláveis

Por que as pessoas começam a separar seus resíduos? Cada história é uma história, mas quando observamos as similaridades entre elas, notamos que mesmo que o motivo seja diferente, há sempre algo em comum: a construção de um hábito para que o propósito se consolide. Para Nayma Oliveira, paulistana que hoje reside no Butantã – mas que já morou em muitos bairros de São Paulo – após anos carregando o costume de destinar todos os resíduos juntos, a separação dos materiais surgiu de forma natural como resultado da somatória entre incentivos externos e crescimento da consciência ambiental.

Assim que se casou e saiu da casa de seus pais, Nayma foi morar com seu marido, Cristiano de Souza, em um condomínio na região central. Por lá, o prédio não oferecia estrutura para coleta seletiva, ou seja, não havia nenhum local dentro do espaço onde os moradores pudessem destinar seus resíduos de forma separada. “Além disso, a Prefeitura não disponibilizava a coleta seletiva naquela rua e, para que fosse possível resolver essa questão, o prédio precisaria entrar em contato com alguma cooperativa ou contratar o recolhimento. E não havia interesse da gestão do condomínio em seguir por esse caminho”, comenta Nayma.

Sem o facilitador da coleta seletiva instituída no condomínio, a paulistana reconhece que por anos acabou jogando todos os seus resíduos juntos, no coletor de orgânicos. Mas nunca é tarde para adquirir um novo bom hábito.

Com uma rotina de trabalho bastante intensa – Nayma é head de Finanças de uma grande agência de marketing nacional – optou por mudar do Pari, onde morava, para o bairro de Pinheiros. Dessa forma, estaria muito mais perto do trabalho e ganharia qualidade de vida. “Quando chegamos ao prédio de Pinheiros, a realidade era outra. Lá, na garagem, havia duas salas separadas: uma para os moradores colocarem o lixo orgânico e outra só para os recicláveis. Mas, infelizmente, eu ainda carregava o hábito de não separar os materiais”, declara.

Essa foi uma época de muitas revoluções na vida de Nayma. Novos desafios profissionais e a grande mudança que transformaria para sempre os seus dias: algum tempo após se mudar para Pinheiros, ela engravidou de Leonardo, que hoje tem dois anos de idade.

Junto com o nascimento de um bebê, nasceu também uma nova consciência. “Com um bebezinho em casa, aumentamos muito nossa produção de lixo orgânico. Eram cerca de oito fraldas descartáveis por dia. E comecei a pensar sobre novas formas de compensar todo esse impacto que estávamos gerando na natureza”, explica.

Com Leonardo ainda bebê, mais uma mudança de endereço. A família foi para um prédio no Butantã e começou uma nova rotina. Nesse condomínio, a coleta seletiva também existia, porém uma ação bastante simples e pouco dispendiosa fez toda a diferença. “Nesse prédio, todo morador recebe dois tipos de sacos de lixo: um preto, para descarte dos orgânicos, e um azul, para os recicláveis. Mesmo se a gente diz que só quer o preto, o gestor do prédio insiste e nos incentiva a separar nossos resíduos”, relata Nayma.

Para ela, esse detalhe foi fundamental, mas outros incentivos simples também contribuíram. No caso, o apartamento por eles alugado tinha uma estrutura dentro do armário com dois coletores separados, um para orgânicos e outro para recicláveis.“Com tudo esquematizado, separar os nossos resíduos foi tão natural que, quando vi, estávamos destinando certinho os materiais. Nem paramos para pensar”, conta.

Hoje a família já está habituada a separar seus resíduos e esse movimento faz parte da rotina. Até mesmo Leonardo, com apenas dois anos de idade, já se acostumou e quando vê uma embalagem vazia, a leva para o coletor. Está aprendendo desde já a importância de cuidar dos resíduos e, assim, preservar o meio ambiente. “É interessante observar como separar o lixo é algo simples e que deixamos de fazer apenas por carregar um hábito antiquado”, finaliza.

A história da família de Nayma junto à reciclagem consolida a ideia de que separar adequadamente os resíduos é questão de hábito. Ao ter dois coletores dentro de casa, o movimento se torna automático, pois o trabalho de descartar em um cesto ou em outro é exatamente o mesmo. Além disso, quem mora em prédio pode contar com o suporte da gestão condominial para destinar corretamente esses resíduos. Para quem não tem esse suporte – ou mora em casa –, basta checar se a região está na rota da coleta seletiva municipal e, caso não esteja, buscar algum Ponto de Entrega Voluntária mais próximo.